domingo, 31 de maio de 2020

Em 2018 se tentou fazer um jornal na Mendes Viana

Capa da edição 01


Em fevereiro de 2018, os professores Fábio Carvalho e Luis Gonzaga tentaram montar um jornal para a escola Mendes Viana. Infelizmente, a publicação não saiu do primeiro número por falta de tempo e outros afazeres. A ideia era termos uma publicação mensal. O primeiro número foi feito exclusivamente por professoras e professores, mas se pensava em tornar o jornal um campo cada vez mais dominado por alunos. 
A primeira edição saiu em 08 de Fevereiro de 2018. Alguns números foram impressos e distribuídos por todas as turmas. Ficou disponível um link na página do Facebook para download da edição em pdf.
Confira a edição completa no link para download abaixo!


Link: https://drive.google.com/file/d/1gvFIcppfDkEPA11w8xguvZA6ayxXVVtE/view?fbclid=IwAR3eWMdarbbYL5p-0U-l9dNkKDwbnEW0AwVfY9k26odIUbpYGu23DrvZM9U


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quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Um ano da exposição "Patrimônios de Irajá, um subúrbio carioca"

 
Cartazes da exposição e alguns alunos participantes. Foto: Prof. Fábio de J. de Carvalho

Entre os dias 11 e 30 de setembro de 2018 os alunos da turma 1802 exibiram seus trabalhos na Biblioteca Popular de Irajá, a João do Rio. Ficaram expostos os cartazes com as fotografias feitas por alunos da turma 1802. Tais fotografias mostravam os olhares destas meninas e meninos sobre o que no bairro deveria ser preservado para as gerações futuras. 
Foi tudo muito bonito. A ideia era fazer os alunos pensarem o Patrimônio Cultural para além das "coisas velhas" do bairro. O trabalho, é claro, reuniu fotos da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, bem tombado com mais de 400 anos de idade, mas também trouxe a Nave do Conhecimento e um parquinho recém inaugurado, próximo ao Habib`s. 
Todo o trabalho contou com o apoio da sala de leitura através do professor Vinck Vitório. Ele auxiliou muito na montagem e estabeleceu o contato necessário com os administradores da Biblioteca de Irajá. O diretor , professor Carlos Hermsdorff, criou o convite para o evento. 
                                     

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Escola Maria do Carmo Vidigal: a "mãe" da atual Mendes Viana

Onde hoje é o conhecido condomínio 1059, na Monsenhor Félix, existiu uma escola entre os anos de 1920 e 1960. Ela se chamou Maria do Carmo Vidigal. Foi uma das poucas escolas existentes no, então, distrito rural de Irajá. Atendia boa parte da população local.
Aspecto da Maria do Carmo Vidigal
Foto: Instituto Histórico e Geográfico da Baixada de Irajá- IHGBI
Durante muito tempo, a escola era conhecida por sua denominação "20-10", que se referia ao número da instituição no zoneamento educacional proposto pelo governo nos anos de 1930, quando o Rio de Janeiro ainda era Distrito Federal. No ano de 1945, é que o prédio vai receber o nome da famosa educadora da época, d. Maria do Carmo Vidigal. 
Jornais dos anos 1950 dão conta de que o prédio era uma casa alugada, segundo o jornal Última Hora de 11/03/1953, ao custo de 400 cruzeiros, no meio de um terreno amplo. Alguns dizem que era uma vacaria. Segundo o mesmo periódico funcionava nos turnos da manhã, tarde e noite e recebia 564 alunos da região. A casa estava em estado precário.
Nos anos de 1960, a escola foi transferida para o prédio de outra já existente na região: a Alfredo de Paula Freitas. Manteve independência com corpo de professoras próprio e a sra. Yvone Pacheco se manteve como diretora da instituição. 
Por que brincamos que ela é mãe da Mendes Viana? Porque as primeiras professoras e diretora da Mendes, d. Yvone, vieram da Maria do Carmo Vidigal. A unidade escolar deixou de existir quando o atual prédio da Mendes Viana foi fundado na Estrada de Colégio, 940, em 1966.
Uma curiosidade: o cantor, compositor e escritor Nei Lopes, nascido em Irajá, foi aluno desta instituição de ensino na década de 1950.

Texto: Prof. Fábio de J. de Carvalho – docente de história da unidade escolar e coordenador do projeto Clube de História

Fontes:

Jornal  "Última Hora"- 11/03/1953

Revista Resenha digital n 3- set 2012 (IHGBI) disponivel em: http://resenha-digital-ihgbi.blogspot.com/ (acesso em 01/07/2018)

ELIAS, Cosme O samba do Irajá e de outros subúrbios: um estudo da obra de Nei Lopes. Rio de Janeiro: Pallas, 2005.

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Série: "Conheça Irajá" - 1802 produzindo um folder sobre o bairro

Os alunos da 1802 tiveram suas aulas de História divididas ao longo do primeiro bimestre. Em dois tempos da semana tinham conteúdo relacionado à história de Irajá e no terceiro, ao conteúdo programático. Ao fim do Bimestre foram convidados a produzirem um folder, ou seja, um impresso de pequeno porte com textos curtos destinado à informativos ou publicidade, geralmente dobrável. Como este tipo de suporte é muito utilizado no turismo, cada grupo teve de fazer seu folder com informações sobre os "pontos turísticos de Irajá". Nosso objetivo foi valorizar outras partes da cidade do Rio de Janeiro, além do Centro e da Zona Sul, geralmente os únicos lembrados quando se fala em turismo pela nossa cidade. A "Ampulheta Turismo LTDA", a empresa fictícia que criamos para pensar sobre o "turismo histórico" em nosso bairro tem como slogan: ZONA NORTE TAMBÉM É RIO DE JANEIRO!
Grupos colocando a "mão na massa"
Foto: Fábio Carvalho

Apesar das dificuldades em se encontrarem informações sobre alguns de nossos "pontos turísticos" e o fato de muitos alunos não possuírem computador ou impressora, os alunos fizeram um trabalho satisfatório. 

Os melhores textos de alunas e alunos foram publicados aqui no blog na série "Conheça Irajá"!

Locais: Igreja de NS da Apresentação, Metrô (antiga Estrada de Ferro Rio D`Ouro), CEASA, EM Mendes Viana, Biblioteca Popular de Irajá - João do Rio.


Entrevista: d. Lucy Sobral, aluna dos anos 1960

D. Lucy visitando a nossa exposição em 2016
Foto: Fábio Carvalho

Quando iniciamos esta pesquisa, em 2016, d. Lucy foi uma das primeiras ex-alunas dos primeiros anos da Mendes a ser encontrada. Depois de anos foi até nossa escola e visitou a exposição sobre os 50 anos da escola e os 400 anos do bairro de Irajá. Teve um bate-papo com alunos do Clube de História e alguns funcionários e professores da Mendes na ocasião. Agora, ela resolveu nos dar entrevista e nos autorizou a publicá-la. 


Clube de História: Em que época estudou na Mendes Viana?
Lucy Sobral: Na sua inauguração[1966]. Fomos transferidos oriundos da Escola Maria do Carmo Vidigal, que naquela época ocupava precariamente o 1º turno do prédio da Escola Paula Freitas.

CH: Como era o prédio da escola?
LS: Exatamente como é hoje, porém, o terreno em sua volta era completamente livre.

CH: Como era a merenda?
LS: Uma delícia, as merendeiras eram pessoas muito amigas e apesar  das dificuldades procuravam agradar a cada um de nós com todo carinho, pois cada um tem sua preferência particular quer seja na quantidade, ou até na simples colocação de uma pitadinha a mais de sal (risos) ou açúcar.

CH: Os professores eram atenciosos?
LS: Certamente! MUITO ATENCIOSOS! Nos tratavam com muito carinho, mas não existia essa falta de respeito que vemos hoje, graças a DEUS! Era muito mais fácil pois os alunos que eram rebeldes acabavam ficando constrangidos e procuravam se moldar com os colegas se corrigindo.

CH: Como era a rotina nos dias de aula? 
D.Lucy conversando com professores e funcionários
Foto: prof.Héber
LS: Na entrada cantávamos o hino cívico,  recebíamos 1 copo de leite e íamos para as salas de aulas. Na metade do horário começava o horário da merenda,  depois partíamos para a segunda parte das aulas e, sinceramente, sair da escola era uma dificuldade. Sempre inventávamos algo para permanecer na escola.

CH: Os alunos cantavam os hinos cívicos? E o hino da escola?
LS: Sim, o hino da escola se não me engano era cantado em ocasiões especiais como, festas e aniversários. Mas, PODEM DIZER QUE SOU DOIDA, (risos) toda vez que passo em frente eu lembro que , na infância dos meus filhos e até hoje quando estou com meus netos ao passar em frente a escola, eu o canto (risos), demonstrando a eles o AMOR E ORGULHO E BOAS LEMBRANÇAS DAQUELA ÉPOCA.

CH: Qual lembrança mais viva você tem de sua época na Mendes?
LS: A dedicação de todo o corpo de profissionais que cuidava da nossa instrução , alimentação e conservação.

CH: Gostaria de deixar alguma mensagem para a comunidade escolar da Mendes de hoje?
LS: A LEI NOS DITA A CONDUTA MORAL DA HUMANIDADE, EMBORA NÃO ACREDITEMOS NAS LEIS IMPOSTAS PELOS HOMENS (POIS AS QUE POSSUÍMOS HOJE ESTÃO TODAS CORROMPIDAS). SE SEGUIRMOS AS LEIS DE DEUS AQUELA QUE DELE PRÓPRIO ESCREVEU PARA NOSSA SEGURANÇA, CERTAMENTE RESPEITAREMOS A LEI DOS HOMENS. TEMOS UMA INFINIDADE DE LEIS DOS HOMENS, AS DE DEUS SÃO SÓ 10 O QUE FICA MAIS FÁCIL.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Mendes Viana: um nome, muitas escolas...

Em 2016, em razão da comemoração dos 50 anos de existência de nossa escola, começamos a buscar organizar nossas memórias e topamos com fatos desconhecidos sobre a Escola Municipal Mendes Viana. A começar que existiram outras escolas com o mesmo nome em diferentes épocas e locais.
Tentar organizar as histórias de uma escola não é tarefa simples. Quanto mais antiga, mais desafiador é. Em geral, temos um enorme quebra-cabeças onde diversas peças ficam faltando. Há um esforço para que se consiga dar sentido às imagens incompletas que estão sendo formadas. Costuma-se comparar o historiador a um detetive pois ele busca pistas para tentar entender um passado que não foi, na maioria das vezes, o dele. Assim como o detetive procura, através de pistas, reconstruir uma cena de crime e desvendar o caso.
Placa de inauguração da Mendes
foto: Fábio Carvalho
Os jornais e os depoimentos de ex-alunos e funcionários ajudam muito na pesquisa. Além, é claro, dos documentos oficiais como Diários Oficiais, por exemplo. Pelos jornais, por exemplo,  vi referências de outras escolas "Mendes Viana" ou "Professor Mendes Viana" anteriores à 1966. O registro mais antigo que encontrei de uma escola com o mesmo nome da nossa foi no Jornal do Brasil de 06/08/1936, onde há a citação de uma Escola Mendes Viana localizada em Botafogo, mais precisamente na rua Assis Bueno, número 25.
Nos anos de 1960 há uma citação de certa escola "Mendes Viana" , mas esta se localizava na rua Toriba, em Colégio, onde hoje existe a escola Amapá. Liguei para a dita escola Amapá para ver se encontrava algum vestígio dessa Mendes Viana por lá. A funcionária que nos atendeu disse que não havia qualquer documentação referente a isso, pois alguns documentos haviam sido perdidos em um incêndio.
No jornal Diário de Notícias, em 09/10/1964, na coluna "Irajá e adjacências", há uma notícia de que estava em construção um prédio novo para a escola Mendes Viana. O administrador da XIV Região Administrativa da época afirmava que a Mendes estava com um prédio funcionando em estado precário e que estava sendo providenciada uma nova sede para esta unidade.  A notícia dá conta de que a velha Mendes precisava de reparos no telhado e de consertos na rede de esgoto e água.
Pois bem, em 1966, há a fundação da nossa atual Mendes Viana, mais precisamente em 1º de Setembro de 1966.  O Jornal do Brasil de 02 de Setembro de 1966, noticia a fundação de nossa escola:
"O secretário de educação Benjamin de Morais, inaugurou ontem em Irajá, a Escola Mendes Viana que possui dez salas de aula e está equipada com gabinete médico-dentário, duas bibliotecas e um amplo recreio com brinquedos..."
Talvez a notícia mais curiosa de nossa fundação seja a que vem do periódico Tribuna de Imprensa, de 31/08/1966, um dia antes da cerimônia de fundação:
"Ainda sem a presença do desgovernador Negrão de Lima (não quer mais aparecer em público inaugurando obras do sr, Carlos Lacerda, ora essa) , será inaugurada hoje a Escola Mendes Viana, no Irajá. A escola tem 10 salas de aula e é dotada de todos os requisitos modernos do ensino".
Alunos da Mendes Viana dos anos 1960
Foto: acervo particular prof. Luccy Lucca
Naqueles anos de 1960, o Rio de Janeiro havia deixado de ser capital federal. Agora era o Estado da Guanabara. Sim, nossa cidade era um estado independente do que chamamos hoje estado do Rio de Janeiro. Tínhamos governador e não prefeito. Carlos Lacerda havia inaugurado muitas escolas em seu período enquanto governante, pois fazia parte do plano de metas de seu governo a ampliação do sistema escolar. Mas, esse plano ambicioso não foi concluído em seu governo. Negrão de Lima, governante posterior, teve que dar fim a diversas obras e inaugurar algumas delas, o que causava certo desconforto, pois eram façanhas de seu adversário político. Por conta disso, apenas o secretário de educação esteve na fundação de nossa unidade.
Concluindo, não é possível saber, até o momento, que razões levaram ao fim da Mendes Viana de Botafogo. O nome some dos jornais, reaparece na rua Toriba e depois na atual Estrada do Colégio, 940. A atual Mendes, ao que parece, foi pensada para receber alunos de escolas que estavam em estado de conservação precário. Uma dessas escolas foi a própria Mendes Viana da rua Toriba e a outra, a antiga Maria do Carmo Vidigal, que funcionava onde é hoje o condomínio 1059.
Plano de loteamento, anos 50, da área da atual Mendes.
Não se sabia se seria uma praça, um posto de saúde ou uma escola onde se lê "jardim".
Foto: Secretaria Municipal de Urbanismo



Texto: Prof. Fábio de J. de Carvalho – docente de história da unidade escolar e coordenador do projeto Clube de História

Fontes:

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Por que a escola Mendes Viana é um patrimônio cultural do bairro?

A palavra patrimônio vêm de pater, que significa "pai", em latim. Se refere ao que o pai deixa para seu filho. Quando falamos em patrimônio cultural, estamos nos referindo a tudo aquilo que uma sociedade cria, valoriza e deseja preservar. Estamos falando aqui de festas, fazeres, monumentos, pinturas dentre outros exemplos. 
No bairro de Irajá temos um bem tombado pela prefeitura: a Igreja de Nossa Senhora da Apresentação do Irajá. O templo foi fundado em 1613. Quando dizemos que ele é um bem tombado, queremos demonstrar que é protegido por lei, sendo assim não pode perder suas características históricas, devendo ser conservado e protegido como parte importante da história do bairro. 
Pedro Henrique Marques, aluno da turma 1901, 9º ano, um dos membros do clube de História em 2018 acredita que a Mendes, assim como outras escolas, são patrimônios de suas comunidades e precisam ser preservadas. 
                                                                                          
Antiga turma da Mendes - Anos 1960 (?)
Foto: acervo da escola
"A Mendes tem bastante história em 50 anos. Boas e ruins. Mas, quantas dessas histórias o tempo levou? E mesmo o tempo tendo-as levado, há pessoas dispostas a recuperá-las, pois histórias boas ou ruins guardam sentimentos que não são, ou pelo menos, não deveriam ser , descartados como lixo. Por isso essas pessoas buscam recuperá-las para não deixar o tempo levar o que o passado construiu. 
Em 50 anos tiveram muitas mudanças na Mendes Viana. Tanto na administração quanto na escola em si. A escola se renovou e se tornou uma nova escola. Uma nova Mendes Viana."