quinta-feira, 10 de maio de 2018

Entrevista:Marcinha, de ex-aluna à funcionária da Mendes Viana

Márcia Batista, muitos anos de Mendes
Foto: acervo da entrevistada
Mais uma entrevista pensada pelos alunos do Clube de História para preservar a memória dos ex-alunos. Márcia Cristina Batista, a Marcinha, é a entrevistada de hoje. Tem uma história curiosa: foi aluna e retornou à escola como funcionária. Apelidada carinhosamente de " Tia Márcia da Cozinha", pelos alunos. Hoje trabalha no CIEP D. Oscar e é moradora atuante da comunidade do Para Pedro.

Clube de História: Em que época estudou na Mendes? 
Márcia Batista: Década de 80. Terminei em 87.

CH: Como era o prédio da escola? 
MB: Não houve mudanças na estrutura do prédio, a única coisa diferente eram as mesas do refeitório. Feitas de pedra.

CH: Como era a merenda?
MB: Muito gostosa. Tão gostosa que repetíamos. Ainda sinto o gosto ao lembrar. O filme volta em nossa memória.

CH: Os professores eram atenciosos?
MB: Todos eram atenciosos. Na verdade, existia uma cumplicidade aluno-professor, viravam amigos. Muitos até confidentes, tipo pai e filho.

CH: Como era a rotina nos dias de aula?
MB: Tínhamos horários para entrar, merendar, ir ao banheiro, aulas na quadra e muitas vezes íamos à bibliotecas. Sair mais cedo, só com autorização dos responsáveis. Quando alguém faltava iam em grupos à nossa residência saber o porquê.   
Detalhe de convite de formatura da entrevistada
Foto: Fábio Carvalho - acervo da entrevistada

CH: Os alunos cantavam os hinos cívicos? E o hino da escola?
MB: Sim, com frequência. Coisa linda! Colocávamos a mão no peito com muito orgulho, ficávamos parados, com respeito, até a bandeira ser hasteada no mastro.

CH: Qual lembrança mais viva você tem de sua época na Mendes?
MB: O dia da formatura. Tudo feito por nós e nossos pais. Uma choradeira com a música do Milton Nascimento - "Amigo é coisa pra se guardar..." [ela se refere à "Canção da América]- e nossa promessa de nunca nos esquecermos uns dos outros.

CH: Como foi ser aluna da Mendes e depois se tornar funcionária?
MB: Foi algo que não dá pra descrever, tamanha emoção. Quando cheguei no Mendes para trabalhar, subi as escadas à procura de meus mestres, até cair em si que todos não mais lecionavam. Passou um filme de quanto o tempo passou. E aquela menina que hoje se tornou mulher ( mãe de família)que sonhos e promessas feitas, algumas não foram realizadas. E o inimaginável aconteceu: voltei aquele lugar agora como adulta e muitas responsabilidades. E o tempo que estive aqui, agora nos bastidores, sempre por orgulho da minha escola, fazia e faço questão de falar: sou ex-aluna do Mendes Viana.

CH: Gostaria de deixar uma mensagem para a comunidade escolar da Mendes de hoje?
MB: Aproveitem todas as oportunidades que hoje lhe são dadas, porque hoje são melhores que as de ontem. Na minha época não tínhamos material, uniformes, tínhamos apenas sonhos. 
Convite da formatura da turma de 87
Foto: Fábio Carvalho - acervo particular da entrevistada


2 comentários:

  1. Parabéns Amiga Marcinha! Foi com muita satisfação ter estudado com você e todos os colegas. Fiquei emocionado com suas palavras.. Que lindo! Peço que os alunos atuais respeitem todos os professores E funcionários da Mendes Viana. Um abração forte! Sou o ex-aluno Ricardo.

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  2. Que lindo!
    História não tão distante da nossa realidade. Felicidade de uma vida é reconhecer que a educação é a base da vida do ser humano. Parabéns, Marcinha por sua história de vida! Que seja repleta de sonhos e que todos eles se realizem!

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