quinta-feira, 26 de abril de 2018

No princípio era Eiraîá


Tupinambás
Foto: gravura de Theodor de Bry - Wikimedia Commons
Antes da chegada dos colonizadores portugueses à região era uma aldeia indígena. Essa aldeia de índios tupinambás tinha o nome de Eiraîá e se estendia ao longo do atual rio Irajá. Documentos franceses datados do século XVI, mais precisamente por volta dos anos 1550, citam esta aldeia. Era, com certeza, bastante considerável o número de indígenas deste agrupamento.
A fauna e a flora ao longo do rio Irajá eram exuberantes. Muitas árvores, plantas, flores, frutos e diversos animais silvestres. Terra de beleza, mas também de caça, pesca e coleta abundantes. Isso pode explicar porque este grupo indígena se fixou na região.
Provavelmente isso é um aportuguesamento da palavra tupi eiraîá. O significado pode ser “repleto de mel”, “como as abelhas” ou se refira a um mamífero chamado irara, da família do furão, que habitava a região. O nome desse mamífero podia ser o nome do morubixaba, chefe da aldeia.
Irara ou Papa - Mel
Foto: Wikimedia Commons
Há uma lenda que é muito repetida, inclusive,  na qual os indígenas teriam confundido o melaço, o líquido da cana moída, com o mel. Por isso, alguns acreditam que o significado seja “o mel brota”. Pesquisas recentes não acreditam nessa hipótese. Certo é que esta região do Rio de Janeiro foi a que manteve quase sem mudança o seu original nome indígena.


Texto: Prof. Fábio de J. de Carvalho – docente de história da unidade escolar e coordenador do projeto Clube de História


Fontes:


MULTIRIO - Web Rádio, programa "Caminhos Cariocas - Irajá" in: http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/ouca/webradio/2297-iraja (acesso em 01/04/2018)

SILVA, Rafael Freitas da. "O Rio antes do Rio",  Rio de Janeiro: Ed. Babilônia, 3ª ed., 2017


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